
Olá, turma.
Não, ainda não fiz como os mais sábios que desistem de tudo pois sabem que nem adianta tentar. Apenas atrasei uns bons dias a atualização deste espaço virtual porque fui capturado pelo rodamoinho lamacento que é a vida. Contas, trabalho, apostas no jogo do bicho, o tipo de coisa que toma o tempo do cidadão brasileiro. Mas agora estou de volta, pronto para decepcionar vocês e me decepcionar também, com um post curto apenas para aquecer os motores deste calhambeque enferrujado movido a bobagens.
Depois que a expedição com a TAO terminou desembarcamos em Coron, outra ilha que faz parte do país. Uma ilha média que fica cercada por ilhotas menores, pequenos paraísos próximos. Coisa de outro mundo mesmo. Filipinas é um país lindo, dos mais lindos que já vi na vida, mas o espetáculo que presenciamos ao fazer um passeio por Coron ganha de quase tudo que vimos nesse tesouro do pacífico.
Aliás Coron é o nome da cidade, não sei se o nome da ilha, talvez seja. O caso é que é uma cidade bem da simpática. Mais acessível e menos lotada que El Nido, pelo menos no pouco tempo que ficamos por lá.
Sair da nossa vida marítima foi bom, finalmente tomamos um banho decente, comemos pizza e, no dia seguinte, nosso único inteiro lá, fizemos um passeio privado (ainda com nossa gangue de brasileiros) para uma série de praias além do canal de Coron, local onde venta muito e o mar fica mais arredio. Não foi fácil fazer a travessia, na ida ficamos um pouco tensos pois até a tripulação do nosso barquinho estava nervosa, quando vi até o capitão colocando colete salva-vidas eu tive certeza de que iríamos afundar, afinal um velho lobo do mar filipino não deveria se assustar com nada. Deu tudo certo. Depois, na volta, navegamos enfrentando ondas grandes que castigaram o barco e nos molharam muito, mas apenas rimos da situação. Coisa de brasileiro tonto mesmo, pois depois encontrei europeus que fizeram o mesmo passeio e estavam horrorizados com as condições. Já que é para morrer, melhor morrer se divertindo.
E como já adiantei ali em cima no texto, as praias que conhecemos nesse passeio são de outro planeta. Mesmo após a TAO, que elevou o sarrafo de “beleza praiana” nas nossas vidas, posso dizer que essas ilhas foram alguns dos lugares mais belos que já vi. Outra coisa que fez a nossa quase morte valer a pena.
Se alguém quiser dar um Google, pesquise por Bulog Dos. Uma pintura turquesa e amarela no meio do oceano arredio. Com águas mornas e calmas e muita vida em volta, é, sinceramente, um dos mais incríveis espetáculos visuais que esses cansados olhos já presenciaram. E olha que eu já vi meu tio Glauber dançar na festa do Havaí de 2002 vestido de Carmem Miranda. É um lugar para amarrar uma rede, ler um livro, tomar uma cerveja e ser feliz.
E essa não foi a única praia de cair o queixo que visitamos, passamos por mais uma belezura chamada Malcapuya, outro espetáculo da natureza que estava vazio quando chegamos e que após um breve mergulho na água foi tomada por hordas ensandecidas de turistas. Tudo bem, mesmo assim aproveitamos demais o dia.

E nosso tempo em Coron foi esse, uma noite de pizza, um dia de passeio e umas cervejas para desbaratinar a mente no entardecer. Depois já tínhamos compromisso marcado em outros locais filipinos, mas me arrependo demais de não ter passado mais tempo em um lugar tão incrível e com um clima tão gostoso.
De Coron fomos, de avião, para Cebu, outra ilha grande nas Filipinas. Ficamos um dia em Cebu City, que é um dos lugares mais desagradáveis que já conheci (e olha que eu conheço Salto), e depois partimos (junto com nossos amigos brasileiros) para a parte sudoeste da ilha, em direção a Moalboal. Isso em um ônibus de 4 horas mais apertado que a casa da sua tia acumuladora que não consegue parar de comprar produtos Polishop.
Chegamos e achamos um McDonalds. E lá se foi o resto da tarde, jogando cartas e comendo frituras. Nada como aproveitar bem um lugar lindo como as Filipinas.

Moalboal não tem muito o que fazer. Quer dizer, tem as famosas cachoeiras Kawasan, o mergulho com as sardinhas, umas praias locais (uma bem bonita) e o passeio que envolve pegar um ônibus de duas horas até Oslob para mergulhar entre um milhão de pessoas e ver um tubarão-baleia semi-domesticado com uma eterna expressão de socorro nos olhos.
Dessas opções só fomos até a cachoeira, lugar incrível e lindo, me surpreendeu pois achei que seria mais cheia de gente e menos espetacular. Ela tinha vários andares, água azul turquesa e ainda fiz mais uns cliff jumps lá, dessa vez de 11 e 14 metros. Legal pra caramba. Acho que daqui a pouco alguém já começa a me chamar de “Homem-Aranha brasileiro”, quem sabe.
Moalboal foi ainda o lugar onde nossa turma brasileira cresceu exponencialmente. Encontramos amigos que já tínhamos visto na Tailândia, conhecemos gente nova e arrastamos o Ed e o Enzo para a galera. Foi uma bela de uma farofada lá na cachoeira. Como é bom fazer uma muvuca com nossos conterrâneos. Como eu disse, fora conhecer as Kawasan Falls esse não foi um ponto de muitas emoções, mas só de estar com pessoas bacanas valeu a pena.

Último ponto de destaque de Moalboal é que por lá alugamos uma motinho bem da fuleira, que nem chave tinha. Para andar só com ligação direta. Mas como foi bom ficar livre e poder explorar a região em um veículo digno de algum filme do Mad Max, foi mais um capítulo na minha recente história a lá Sons of Anarchy.

E foi isso.
Esse foi um capítulo que cobriu muitos dias incríveis em que nós não estávamos com um humor tão incrível assim. Talvez até normal após quase 7 meses no caos da Ásia (gosto muito, mas cansa) e muitos dias com outros viajantes. É bem legal achar um grupo, é mesmo, mas eu já estava começando a sentir falta do nosso esquema mais ágil e privado em dupla – eu e Marina, os patetas, contra o mundo.

Nosso tempo nas Filipinas estava acabando, mas depois visitamos alguns lugares sobre qual vale escrever uma palavra ou duas, por isso tem mais texto pela frente.
Beijos quentes